UM PARTIDO NECESSÁRIO<br> INDISPENSÁVEL E INSUBSTITUÍVEL

«O re­forço do Par­tido é uma ta­refa de grande e de­ci­siva im­por­tância»

Quando di­zemos que o PCP é um par­tido ne­ces­sário, in­dis­pen­sável e in­subs­ti­tuível, não es­tamos a enun­ciar um slogan pro­pa­gan­dís­tico: es­tamos, sim, a su­bli­nhar uma ver­dade fa­cil­mente de­mons­trável porque con­fir­mada por mais de nove dé­cadas de vida e de luta.

Foi assim du­rante o quase meio sé­culo de fas­cismo – em que o PCP, único par­tido po­lí­tico a en­frentar a di­ta­dura, se afirmou como o grande par­tido da re­sis­tência e da uni­dade an­ti­fas­cistas.

Foi assim no 25 de Abril e nos tempos das grandes con­quistas re­vo­lu­ci­o­ná­rias que trans­for­maram pro­funda e po­si­ti­va­mente Por­tugal – em que o PCP se as­sumiu ine­qui­vo­ca­mente como força de­ter­mi­nante no pro­cesso de cons­trução da mais avan­çada de­mo­cracia al­guma vez exis­tente no nosso País: a de­mo­cracia de Abril con­sa­grada na Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa apro­vada em 2 de Abril de 1976.

Tem sido assim nos úl­timos trinta e seis anos, face à ofen­siva contra-re­vo­lu­ci­o­nária e ao seu ob­jec­tivo de li­quidar todas as con­quistas al­can­çadas pelos tra­ba­lha­dores e pelo povo, in­cluindo o re­gime de­mo­crá­tico de Abril – em que o PCP tem ocu­pado sempre a pri­meira fila da longa, di­fícil e des­gas­tante re­sis­tência a essa ofen­siva des­trui­dora.

É assim todos os dias, nas em­presas e lo­cais de tra­balho, nas lo­ca­li­dades, nos campos, nas es­colas, em todo o lado onde as con­sequên­cias da po­lí­tica de di­reita se fazem sentir sobre os tra­ba­lha­dores e o povo, or­ga­ni­zando a luta ne­ces­sária, quer dando o seu con­tri­buto para o êxito das ac­ções de massas no plano uni­tário, quer pro­mo­vendo ini­ci­a­tivas pró­prias, como as ex­pres­sivas ma­ni­fes­ta­ções do Porto e de Lisboa re­a­li­zadas no pas­sado mês de Maio.

Esse ca­rácter ne­ces­sário, in­dis­pen­sável e in­subs­ti­tuível do PCP é vi­sível, ainda, no facto de ele ser o único par­tido po­lí­tico que, com co­e­rência e de­ter­mi­nação com­bate a po­lí­tica an­ti­pa­trió­tica e de di­reita, sendo também o único que lhe con­trapõe a ne­ces­sária al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, que passa, ine­vi­ta­vel­mente, pela re­jeição ime­diata e sem mais de­moras desse ins­tru­mento de ex­torsão dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País que é o pacto de agressão.

Tudo isso faz com que a questão do re­forço do Par­tido – sempre li­gado ao apro­fun­da­mento da aná­lise sobre a si­tu­ação con­creta que vi­vemos – se co­loque ao co­lec­tivo par­ti­dário co­mu­nista como a questão maior.

 

Con­sul­tando se­ma­nal­mente a Agenda do Avante! é fácil aper­ce­bermo-nos da di­mensão e da am­pli­tude da in­ter­venção par­ti­dária, da in­tensa ac­ti­vi­dade de­sen­vol­vida pelas or­ga­ni­za­ções do Par­tido em todo o País e em todas as áreas da vida na­ci­onal.

Fa­cil­mente nos aper­ce­bemos, também, de como a pre­o­cu­pação com o re­forço do Par­tido é uma cons­tante em todas as or­ga­ni­za­ções.

Porque, se é certo – e é – que, como a re­a­li­dade mostra, o PCP é um par­tido forte, in­flu­ente e com grande ca­pa­ci­dade de in­ter­venção, a si­tu­ação ac­tual mostra também que ele pre­cisa de ser ainda mais forte, mais in­flu­ente e mais in­ter­ven­tivo para que possa dar res­posta às grandes ta­refas que tem pela frente, para que possa cum­prir, de forma cada vez mais eficaz, o seu papel de par­tido ne­ces­sário, in­dis­pen­sável e in­subs­ti­tuível.

Atente-se, por exemplo, na quan­ti­dade e na di­ver­si­dade de as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções – re­gi­o­nais, con­ce­lhias, de fre­guesia, de sector, de em­presa – que têm vindo a ser re­a­li­zadas e que, cons­ti­tuindo ex­pres­sões con­cretas de um pro­fundo fun­ci­o­na­mento de­mo­crá­tico in­terno, são, ao mesmo tempo, ca­mi­nhos para o re­forço do Par­tido.

Nelas se pro­cede ao ba­lanço do tra­balho re­a­li­zado, se de­fine li­nhas e ori­en­ta­ções de tra­balho para o fu­turo ime­diato e se elege os or­ga­nismos de di­recção que hão-de as­se­gurar a apli­cação, pelo co­lec­tivo par­ti­dário, das de­ci­sões to­madas. Tudo isto feito à nossa ma­neira co­mu­nista: co­lec­ti­va­mente, pro­cu­rando atrair o maior nú­mero de ca­ma­radas ao de­bate, e no am­bi­ente fra­terno, so­li­dário, de ca­ma­ra­dagem que ca­rac­te­riza a pos­tura do nosso grande co­lec­tivo par­ti­dário. Tudo isto feito em moldes sin­gu­lares no quadro po­lí­tico na­ci­onal. Tudo isto dando mais força ao Par­tido.

 

Sobre a ne­ces­si­dade do re­forço do Par­tido, pro­nun­ciou-se o ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa na in­ter­venção pro­fe­rida pre­ci­sa­mente na IX As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Viseu, na qual, pro­ce­dendo à ava­li­ação da si­tu­ação ge­rada pela po­lí­tica de di­reita e pelo fa­mi­ge­rado pacto de agressão e su­bli­nhando as exi­gên­cias e as ta­refas que tal si­tu­ação co­loca aos co­mu­nistas, apontou esse re­forço como ta­refa de grande e de­ci­siva im­por­tância, na me­dida em que ele é a chave para o re­forço da in­ter­venção do Par­tido e da sua in­fluência so­cial e po­lí­tica.

É nessa mesma pers­pec­tiva que se de­sen­volve todo o pro­cesso de pre­pa­ração do nosso XIX Con­gresso, no de­correr do qual o co­lec­tivo par­ti­dário é cha­mado a pro­nun­ciar-se sobre o vasto con­junto de ma­té­rias que, como sempre, estão em de­bate num con­gresso do PCP, e que, para já, têm em vista a ela­bo­ração das Teses e as al­te­ra­ções ao Pro­grama – ma­té­rias que vão desde o apro­fun­da­mento da aná­lise à si­tu­ação na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal até à ava­li­ação do es­tado do Par­tido e à de­fi­nição das me­didas e dos ca­mi­nhos que con­du­zirão ao seu re­forço. Com a cer­teza de que essa aná­lise, essa ava­li­ação e essa de­fi­nição serão tanto mais cor­rectas e ajus­tadas à re­a­li­dade e à si­tu­ação que vi­vemos no País, no mundo e no Par­tido, quanto maior for a par­ti­ci­pação dos mi­li­tantes nos de­bates pre­pa­ra­tó­rios.

Porque sa­bemos que o co­lec­tivo é fonte de força es­sen­cial do Par­tido. Porque sa­bemos que é no co­lec­tivo que re­side a raiz do fun­ci­o­na­mento de­mo­crá­tico do Par­tido. Porque sa­bemos que, no PCP, o co­lec­tivo é quem mais or­dena.